SIM absoluto

O SIM absoluto é não julgar.

Não julgar é reconhecer que somos todos semelhantes, todos acertamos, todos erramos. Somos todos seres humanos propensos a cair e levantar, prosperar e evoluir

Só se está presente quando se concorda com o que houve no passado. Aceitando tudo o que foi, tudo como foi e tudo quando foi.

A concordância traz a paz da alma.

Quando discordo, julgo e julgo segundo meus critérios. As pessoas não precisam estar de acordo com as minhas vontades, mas precisam respeitar as minhas vontades, assim também nós não precisamos estar de acordo com as vontades alheias, mas respeitá-las é mínimo que se deve fazer.

Quando discordo crio barreira de interpretação dos fatos, que, se olhados com os olhos da alma anota-se uma nova perspectiva. A qualidade da aceitação sublime, sem reparações.

Algumas dualidades se observam nesse aspecto e há muita dualidade na existência humana, como: eu concordo com a sua vida, mas se você trabalhasse menos..., eu concordo que meus filhos tentem a vida no mundo digital, mas se eles focassem nos estudos para ser alguém na vida...Eu discordo que meu marido fique bebendo com os amigos, mas concordo que isso lhe dá prazer...Eu discordo que meu pai não se comunique, mas eu concordo que ele é feliz assim...

Se pensarmos na concordância, fica um pouco difícil expressá-la da forma que deve ser em relação ao passado, concordando com tudo o que foi, com tudo como foi e com tudo quando foi. É um exercício libertador de muitos traumas, muitas angústias, sofrimento. Por exemplo: Eu concordo que tenha reprovado na oitava série, concordo que os professores de química e física tenham decidido manter no mesmo ano devido ao período em que faltei às aulas, mesmo que tenha sido para cuidar da minha avó, mas faltei por longos 28 dias e todo esse período perdi em matéria e rendimento, dessa forma concordo que isso tenha acontecido nesse período porque senão não tinha sido matriculada no curso técnico em outra escola,  onde me encontrei como aluna, como aprendiz, com os verdadeiros amigos.

A concordância com o presente deve seguir a mesma linha de pensamento. Concordar com tudo o que é, com tudo como é e com tudo quando é. No presente as coisas também podem não acontecer como queremos, mas se aceitamos, aprendemos e evoluímos ao invés de sofrer, xingar, amaldiçoar, enfim, no momento presente é que as coisas podem ser mudadas, a aceitação não nos exime de fazer o movimento para agir e resolver o que precisa ser resolvido, caso seja necessário.

Concordar com o futuro é aceitar tudo o que será, tudo como será e tudo quando será, tudo de acordo com o resolvo agora, portanto se agora alimento-me além do necessário e nada faço para movimentar-me, concordo que serei uma pessoa obesa, terei dificuldades físicas, sociais e psicológicas e concordo ainda que posso não viver muito tempo dessa forma.

Concordo que deverei trabalhar por mais 20 anos para poder me aposentar segundo as novas regras de aposentadoria e nada posso fazer para mudar isso, vou trabalhar melhor esse período até chegar à tão sonhada aposentadoria.

E assim com muitas a muitas coisas precisamos concordar para viver melhor e feliz, lembrando que no passado não é possível fazer movimento, lembrando que no futuro não é possível fazer movimento, apenas concordar. O momento de movimentar é agora, no entanto é necessário a concordância com o que não pode ser alterado para que a vida flua.

O sim absoluto a tudo é a plena concordância com a lei implacável da vida: acontece querendo nós ou não, aceitando ou não, permitindo ou não, sofrendo ou não, alegrando ou não. O que nos resta então é simplesmente concordar.

O sim absoluto é o sim à vida, ao amor próprio, ao livre caminhar e à livre direção.