O
que faço todos os dias: tento não deixar que as lembranças de momentos ruins,
lembranças de desgosto, de humilhação, de momentos tristes desbotem o meu dia.
Afinal, acordei, tive a honra da oportunidade de mais um dia poder viver.
Mas
digo, que tem dias, como ontem e hoje, que pensamentos parecem vir com
força total para me desanimar, tirar-me do eixo, do caminho da paz e da
felicidade.
Aí
para completar os pensamentos, pessoas do convívio funcional consciente ou inconscientemente agem de forma nada empática. Parece um desabafo este texto de hoje, mas é: preciso
deixar aqui registrado o quanto estou triste desde ontem.
Não
sou assim. Sou auto crítica, sou auto motivadora, sou capaz de rever meus
pensamentos e reorganizá-los para ver a melhor perspectiva de tudo, no entanto,
ao analisar uma situação e descobrir que foi tudo armado para me desmoralizar,
a sensação que tenho é de que o coração está sendo rasgado, uma fraqueza e a terrível noção de impotência
diante da trama do poder.
Mais
uma vez, a trama venceu, não sei se me desmoralizou, porque minha vagarosidade
para enxergar a maldade não me permitiu ver o que estava acontecendo e sofrer
de imediato. Sofro agora quando vão se juntando as peças do quebra-cabeça.
Quando
descubro que meu diploma foi também utilizado para empacotar a humilhação que
estava por vir, não fiquei com vergonha do meu curso, mas me achei um nada naquele momento. O entendimento foi: como alguém formada em Artes pode ser responsável por
alguma coisa? É bom entender tudo depois, mas isso não significa que não haverá
sofrimento: estou sofrendo agora.
Quero
entender também porque uma colega de seção me odeia tanto. Já fiz a ela a
seguinte pergunta: o que você não gosta em mim, pois acho que faço algo que te
faz sofrer é muito ruim trabalhar assim. Resposta: não gostava que eu tentasse ajuda-la,
sem que me pedisse ajuda, mesmo que estive precisando. E assim, dia após dia,
tento descobrir onde erro, e tento ainda conviver bem, pois ninguém merece
trabalhar com uma pessoa com quem se sente mal apenas de ouvir a voz (assim que
essa colega me vê, percebo que muitas coisas que faço, a incomoda).
Além
da tristeza do coração rasgado, ainda mais essa questão: continuo tentando,
porque sei que uma hora ou outra, Deus vai pacificar o coração da minha colega
e daí então ela poderá me enxergar como sou e com bons olhos.
Peço
a Deus também que a verdade acerca da humilhação que me foi prepara seja
revelada, pois coisas ocultas só Deus pode revelar.
Hoje
já pulei, dancei, mas o coração ainda continua rasgado, continua triste e por
isso escrevi, como uma forma de tirar tudo isso de dentro de mim e vindo para o
papel posso dividir com o teclado, as letras, a tela e claro com o leitor, que
talvez compartilhe do mesmo problema.
Estamos aqui todos juntos para aprender, pois dias desses ouvi numa mensagem que as pessoas felizes fazem o melhor que podem com aquilo que tem. Assim, procuro fazer o melhor que posso para conviver bem, onde eu estiver, mas todos somos diferentes, todos somos aprendizes e a vida é um círculo, vida é dor, vida é conexão, vida é movimento. Mais dia, menos dias, estremos de volta ao ponto de partida.
Tem
dias que nem me lembro desse período ruim. Um dia tudo isso vai sair de mim e não terei mais esses dias acinzentados. Desculpe e muito obrigada, precisava partilhar.

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