A vida tem o eterno movimento
de transitar pelas emoções.
As emoções do eu inferior,
aquelas que são alimentadas pelo medo, pela raiva e pela tristeza não deformam o
nosso ser quando se permite senti-las, pois só na dor se é capaz de experimentar
o inteiro, dessa forma tenho clareza de mim.
A criança que fomos atua
em nós.
O adolescente que fomos
atua em nós.
O jovem que fomos atua em
nós.
A mulher de ontem atua na
mulher de hoje.
Tudo o que aconteceu, tudo
o que se passou, todo o sofrimento seja por qual meio tenha vindo e, se foi sentido,
serviu para criar em cada um, um momento, o movimento de mudança, da atitude,
do crescimento.
Lembrando que a dor precisa
ser sentida.
A dor que não me permiti sentir, doía tanto que muitas vezes preferi fazer algo, limpar, ficar olhando para um horizonte sem enxergar a beleza que estava sendo mostrada, preferi fugir da dor, no entanto, sem piedade ela voltou na forma da perda total do apetite, na forma de tristeza, na forma de submissão, na forma da falta de prazer.
Quando não vivida, a dor
volta, porque precisa ser sentida, curtida, para que a mudança aconteça.
Vida é conclusão.
Para o feminino, a raiva é
quase sempre escondida e sendo tratada essa forma, se revelou em mim na forma de
dor de cabeça, dor no corpo, compulsões (pelo trabalho, por fazer biscoitos,
por limpar), quantas e quantas vezes vivi assim.
Aprendi que a vida é uma
longa estrada e viver é transitar, caminhar por essa estrada. Existe uma ponte,
que é a dor. O eu inferior (que são as dores) precisa transitar pela estrada,
passar pela ponte, atravessa a ponte, daí constata-se que a estrada continua e
é preciso seguir, de forma diferente, mais forte, mais viva, mais sábia, fortalecida,
construída ou reconstruída. Aí me liberto.
Assim, a vida é perfeita para nós, porque descobri que, depois de todo o sofrimento, tornei-me empática, resiliente, prestativa, amorosa, sincera, servidora, alegre, cuidadosa, cuidadora de mim, elegante, zelosa, disciplinada, organizada, gentil, determinada, vitoriosa, leal, fiel, honesta, feliz, um sucesso só.
O sucesso que sinto agora, acontece porque é transbordo do amor, diante de tudo que se passou, olha a
pessoa, a mulher maravilhosa que me tornei. Como não percebi isso antes?
Agora percebo e constato
que sou orgulhosa de mim, sou criativa, dou dedicada, sou buscadora incessante
de conhecimento, sou zelosa também com o que tenho, sou autêntica.
Todas nós já passamos por
algum tipo de ataque, por ser pobre, por ter o cabelo diferente, por ter uma
cor diferente, por estudar numa escola diferente, por morar num lugar diferente,
etc.... mas isso não me desvalorizou e nem tampouco me distanciou do que estava
predestinada a ser: corajosa, visionária, preocupada com as causas, amorosa,
humilde, sensata, serena às vezes, explosiva às vezes.
Depois de conhecer o caminho, não vou mais deixar que minha adulta se feche numa bolha de vidro para não enfrentar a dor e adquirir o equilíbrio emocional, o domínio.
Quando vivo que o precisa ser vivido observo que a autoestima se eleva funcionalmente: a coragem transitada pela vida, a coragem de me reconhecer como uma mulher comunicativa, expressiva, dinâmica, saudável, grata, corajosa nas decisões e atitudes, linda, perspicaz, astuta, vencedora, ousada nas criações. Me descubro decidida, escritora, artista, artesã e meiga, cheia de ideias.
As dores do eu inferior e
as virtudes do eu superior se fundem no eu sou hoje, porque eu SOU o que vivi, SOU
a luz, SOU o poder, SOU a vitória, SOU suficientemente boa para ser admirada e amada
pelo meu pai, minha mãe, meus irmãos, meu esposo, meus filhos, meus amigos,
meus colegas.
Aquilo que julguei como vazio
deixado pelos meus pais, criou em mim um espaço que eu pudesse me mover, criou
em mim, determinações, atitudes que me impulsionaram para o sucesso. No vazio,
criou-se o movimento, criou-se minha história.
Criei meu lugar na vida. Dessa
forma, vou concordar com tudo o que ela pode e trazer, vou concordar com a riqueza,
com a prosperidade, com a sexualidade, com tudo é vida e é amor, é razão.
Tenho o direito de receber
amor. Eu posso dedicar uma parte do meu dia para fazer o que gosto, elevando
minha autoestima, elevando minha sexualidade. Sou merecedora, tenho vontade,
faço, porque mereço, quero, compro, porque mereço. Assim começo a me alegrar
comigo.
Tudo isso acontece diante de um só movimento que faço: cuidar de mim.
Quando gosto tanto assim
de mim, gosto também dos outros, elogiando.
Elogio meus filhos porque
são calmos, são dedicados, são caseiros, são amorosos, são honestos, são educados,
são leais, lindos, perfeitos. Elogio meu esposo por cuidar tanto de mim cozinhando,
me ajudando com os afazeres domésticos, trabalhando muito e honestamente, por
ser fiel e leal, por ser tão amoroso, cuidador, provedor, másculo, forte, lindo.
Meus elogios se estendem
aos meus pais que me deram a vida, meus colaboradores, meus irmãos, meus
amigos, meus superiores.
Passo agora a dizer a mim:
eu te amo, sou tua fã, te admiro por ser quem é, pelo que te tornou. Ser fã é
admirar pela força que emana das virtudes que apresenta, por isso sou fã de
mim, fã do meu eu superior.
SOU FÃ de mim, sou
FANÁTICA por mim.
Sou fã de mim porque sou
firme nas minhas decisões, sou fã de mim, porque consigo ouvir, falar, opinar,
porque estou firme na minha jornada. Sou fã de mim porque estou lutando e sou
exemplo. Sou fã de mim porque sou digna, fortaleço e ajudo as pessoas que estão
à minha volta.
Transbordo de alegria de
tanta alegria por agora pode externar quem realmente sou, de quem me tornei.
Eu SOU a melhor forma de mim.

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